
Protectora da Ordem em Portugal
Padroeira da Ordem em Portugal
A Padroeira da Ordem de Sacer em Portugal é a Nossa Senhora da Conceição, sendo que a Nossa Senhora da Conceição e a Nossa Senhora de Guadalupe são a mesma entidade, a mesma pessoa. O dia escolhido é o dia 25 de Março.
O dia 8 de Dezembro é feriado religioso em Portugal, assinalando o dia da Imaculada Conceição, padroeira nacional, mas para muitos é desconhecida a história que começou em 25 de Março de 1646, com D. João IV.

Este Rei profundamente devoto, o monarca consagrou os "Seus Reinos e Senhorios" a Nossa Senhora da Conceição, representada numa escultura existente na igreja que, séculos antes, Nuno Álvares Pereira mandara construir em Vila Viçosa, em agradecimento por Nossa Senhora ter ouvido as suas preces nas batalhas dos Atoleiros (1384), Aljubarrota (1385) e Valverde (1386).
Naquele longínquo 25 de Março de 1646, D. João IV colocou a sua própria coroa na imagem de Nossa Senhora da Conceição, como agradecimento por ter recuperado a independência de Portugal face aos espanhóis.
Além de padroeira, Nossa Senhora da Conceição foi elevada a Rainha de Portugal e, a partir de então, mais nenhum Rei ou Rainha portugueses usaram coroa na cabeça. A coroa real, nalgumas circunstâncias, surgia colocada sobre uma almofada ao lado do monarca.
"Nos quadros, nos diversos reinados, vamos encontrar sempre a coroa ao lado do Rei ou da Rainha. Isto é um significado de despojamento e de entrega, sobretudo de um homem, D. João IV, que era particularmente devoto ao culto da Virgem Maria. Isso cumpre-se numa tradição do Rei e, de certa forma, é transmitida também na tradição popular".
Apesar da República ter derrubado ilegitimamente e ilegalmente a Monarquia em 5 de Outubro de 1910, após o terrível regicídio encomendado por carbonários como Francisco de Herédia, Visconde da Ribeira Brava, nunca conseguiu destronar a Rainha e Padroeira de Portugal: a Nossa Senhora da Conceição.
"Esta é uma memória que importa celebrar com uma dimensão de esperança, porque só há vida quando há raízes. Esta grande árvore que se chama Portugal, com nove séculos de História, tem raízes muito profundas. São raízes com marca cristã, com identidade, onde Nossa Senhora aparece de um modo distinto. Podemos dizer que a História de Portugal é constantemente acompanhada pela grande devoção deste povo a Nossa Senhora. Por isso, chamamos a Portugal, Terra de Santa Maria.
É curioso que, logo, D. Afonso Henriques dedicou Portugal a Nossa Senhora, se fosse independente, se fosse reino e ofereceu-lhe um troféu importante, o Mosteiro de Alcobaça, com a vinda dos Cistercienses. Depois, quando se deu a grande questão da nossa Independência, na crise 1383 1385, D. João I renova essa mesma promessa. Se conseguíssemos a nossa Independência, o Mestre de Avis faria uma grande proclamação, através do Mosteiro da Batalha, em ação de graças. É nesse contexto, e é muito interessante perceber isso, que Nuno Álvares Pereira faz melhoramentos na Igreja do Castelo de Vila Viçosa e traz a imagem de Inglaterra e coloca-a, Nossa Senhora dos Anjos, com dois anjos, atualmente repostos no seu contexto natural.
Mais tarde, vai ser muito importante para Portugal a descoberta do caminho marítimo para a Índia e D. Manuel I faz a promessa que se chegássemos por mar a essas terras das especiarias, que aliviariam imenso a economia portuguesa, ofereceria a Nossa Senhora um grande sinal: Nossa Senhora de Belém, Mosteiro dos Jerónimos.
D. João IV, o Duque de Bragança, faz exatamente proclamar Nossa Senhora, Padroeira de Portugal, na sua ermida reconstruída, e, ao mesmo tempo, ampliada pelo rei D. Sebastião, o atual Santuário de Vila Viçosa, fazendo nela repousar a coroa da Pátria. É interessante que os dois grandes momentos aflitivos da Independência de Portugal, 1383-1385 e 1640, respetivamente com D. João I e D. João IV, cruzam se em Vila Viçosa. Na primeira crise, vem a imagem de Inglaterra, por S. Nuno de Santa Maria, e, vencida a segunda crise da nossa Independência, em 1640, é proclamada Padroeira."
D. Francisco Senra Coelho, Arcebispo de Évora